Acabei de tirar algumas maçãs de um saco de papel onde ficaram muito tempo. Tive de cortar metade de muitas delas e atirá-las fora. Mais tarde, quando estava a copiar uma frase que tinha escrito, cuja segunda metade era má, vi-a de repente como uma metade apodrecida de maçã. E é este o modo como as coisas se passam sempre comigo. Tudo o que comigo se cruza torna-se para mim uma imagem do que estou a pensar na altura. (Haverá algo de feminino nesta maneira de pensar?) Ludwig Wittgenstein, Cultura e Valor, tradução de Jorge Mendes, Edições 70.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral