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Próximas gerações

Perante o risco de desaparecer, em resultado do aumento do nível do mar, Tuvalu, o pequeno país da Ocêania, decidiu tornar-se «a primeira nação digital do mundo». Para isso, tem em curso um «projecto de digitalização total do país e de preservação de uma réplica no metaverso». «No pior dos cenários», diz o ministro das Alterações Climáticas, «pelo menos digitalizamos os nossos valores, que queremos passar às próximas gerações».
Costuma dizer-se que a realidade ultrapassa a ficção. Mas a ficção acabou. Tudo é real: o imaginável e o inimaginável, o pensável e o impensável. A realidade só ultrapassa a realidade.

Comentários

Anónimo disse…
Discordo em absoluto, o que acabou foi a realidade. Mas não foi agora, foi quando descemos das árvores, aderimos definitivamente ao bipedalismo, libertámos as mãos e até hoje tem sido um ver se te avias! E porquê? Exactamente porque vivemos numa ficção. A vida humana é uma ficção, a humanidade, a cultura, a sociedade, o mundo, a fé, deus, dinheiro, mercado, amor, o universo, o big-bang, a internet, a inteligência artificial, etc. e tal, são ficções. Ficções por vezes partilhadas, e isso é porreiro, por vezes isoladas e contraditórias, e isso costuma dar guerra. O que é a guerra senão a colisão de duas ou mais ficções que se contradizem?

O ser humano não tem qualquer contacto com a realidade, nunca teve, porque ser humano é isso e não outra coisa. Infelizmente a escrita surgiu recentemente na história da humanidade, caso contrário estou convencido que teríamos acesso à descrições absolutamente mirabolantes de mil e um cenários apocalípticos descritos pelos nossos antepassados homo sapiens há 300 o 200 mil anos que em muito ultrapassariam em imaginação os cenários actuais que andam sempre à volta do binómio clima-tecnologia.

O futuro da humanidade é viver debaixo de água sob o jugo de uma super inteligência artificial. Ou seja, o que temos hoje em dia não é o fim da ficção, mas apenas má ficção. Há fases assim. Há uns anos uns tipos quaisquer escreveram, por exemplo, a Bíblia! Ficção à grande, da boa, da que perdura por séculos. Actualmente, ninguém parece ser capaz de tal proeza.