Uma rola fez o ninho numa árvore enfezada que cresce junto ao edifício de escritórios onde trabalho. Se abrisse a janela e esticasse o braço, conseguia tocar-lhe. Isto comove-me mais do que sou capaz de dizer. Não me interpretem mal: não há aqui nada de especialmente poético. É apenas um pássaro a tentar manter-se vivo. Tão empenhado como eu em escapar às mil quedas de cada dia.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral
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