Foi à base de estimulantes (café, tabaco) que escrevi todos os meus livros. Desde que me é impossível tomá-los, a minha «produção» caiu para zero. Do que depende a actividade do espírito! Todos os meus livros são meios-livros, ensaios no verdadeiro sentido do termo. Desperdicei em conversas, sobretudo na juventude, o melhor de mim mesmo. Os meus livros, tanto romenos como franceses, não são senão um reflexo muito miserável do que era, do que sou. Os monólogos frenéticos de outrora não subsistem sequer na minha memória. Consumi-me com uma generosidade de que agora sinto a falta; gasta, dela só restam fragmentos. Mesmo que ainda a possuísse, já não a podia suportar, sustentá-la fisicamente , por falta de energia e vitalidade. Para certas virtudes é preciso um certo corpo. Os meus livros podem não ser bons — mas pelo menos têm o mérito de surgir de todos os meus sofrimentos. Quando estava a escrever o Breviário , lembro-me de afirmar com bastante frequência: «Vou ajustar contas com