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A menos que fosse para insultar

Nunca fundei, lancei ou segui um movimento.
Fui surrealista, é um facto,
mas acho que devia sê-lo de facto,
e era-o de facto mas não quando lançava ou assinava manifestos a menos que fosse para insultar
um papa,
um dalai-lama, um buda,
um médico, um erudito, um padre,
um chui,
um poeta,
um escritor,
um homem,
um pedagogo,
um revolucionário,
um anarquista,
um cenobita,
um eremita,
um reitor,
um iogui,
um ocultista.

Antonin Artaud, Para acabar de vez com o juízo de Deus e outros textos finais (1946-1948). Tradução de Pedro Eiras.

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