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Ninguém escapa. Na contracapa de “Um repentino pensamento libertador”, duas referências: “por muitos considerado o Raymond Carver europeu” e “o humor seco e absurdo de Askildsen não é muito diferente do de Beckett”.

(Desconfio que isto acontece com mais frequência nos livros de contos.)

Como se os críticos precisassem — antes de qualquer pensamento — de arranjar um lugar para cada escritor numa tabela periódica. Todos ordenados de acordo com os números atómicos, configuração electrónica e recorrência das propriedades.

— E isso basta?
— Para a Amazon vender, sim.

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