Fim de umas curtas férias de quatro dias. Esperei longa e ansiosamente por estes dias para pôr em ordem várias ideias adiadas. E, no entanto, não consegui fazer nada do que planeara. A sensação de «liberdade» bloqueou-me. Já me acontecera antes. Como um preso a quem tivessem concedido alguns dias de liberdade condicional e que não soubesse o que fazer com o tempo.
Lembro-me de Austerlitz, o personagem de Sebald, que quando finalmente se reforma e tem tempo para coligir os seus estudos em livro, é incapaz de realizar o grande projecto da sua vida: «Quanto maior o esforço que ao longo de meses dediquei a esta tarefa, mais lamentáveis me pareciam os resultados e mais o mero abrir dos maços e virar das incontáveis páginas por mim escritas me invadia de um sentimento de relutância e asco, disse Austerlitz. E, no entanto, ler e escrever tinha sido sempre a sua actividade favorita.»
Lembro-me de Austerlitz, o personagem de Sebald, que quando finalmente se reforma e tem tempo para coligir os seus estudos em livro, é incapaz de realizar o grande projecto da sua vida: «Quanto maior o esforço que ao longo de meses dediquei a esta tarefa, mais lamentáveis me pareciam os resultados e mais o mero abrir dos maços e virar das incontáveis páginas por mim escritas me invadia de um sentimento de relutância e asco, disse Austerlitz. E, no entanto, ler e escrever tinha sido sempre a sua actividade favorita.»
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