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Le Train Bleu

— Gosto tanto deste sítio. Quando estou de mau humor, venho para aqui, creio que sou o melhor cliente. Só há pessoas de passagem. Parece um filme de Murnau. Nos filmes de Murnau há sempre uma passagem: da cidade ao campo, do dia à noite. Tudo isso existe aqui. À direita, os comboios, o campo; à esquerda, a cidade. Parece que não há um grama de terra, nada mais do que pedra, betão, viaturas.

Comentários

Luis Eme disse…
(este é um bom texto para falar do teu "C", até por já estar esquecido do francês. Não imaginava que o C fosse mais de Cinema que de Cristina - está bem, é um duplo c, porque é a Cristina que escreve sobre os filmes, os realizadores e os actores da sua vidinha passada no escuro das salas. Estou a gostar e a "cultivar-me". Nota: Já me tinham dito que o "nariz" do João César exercia um fascínio especial sobre as mulheres... parece que é verdade. Grande Monteiro!)
c disse…
Obrigada, Luís.

O título é um achado dos flops, criaram assim um livro com duplo, sem “autoria” e ambíguo — não podia ambicionar mais.

Uma referência ao Monteiro num texto sobre Murnau é uma seta atirada com perícia :)
Luis Eme disse…
Ainda bem que percebeste que o comentário ao JCM era uma piada (que depois de ler me pareceu de mau gosto).

E sim, ele era um génio, apesar da sua "filha da putice".

E esqueci-me de dizer, que apesar da sobriedade, o "C" é um livro bonito, singular. A capa é bonita por ser tão simples.