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Os vencidos do século XXI




(...) Provavelmente, Youth é o filme mais ambicioso e mais importante da década, nos seus planos longos, quebrados e trementes, cheios de sombras e ciscos, e assombrados pela respiração de Wang Bing. Quando o século XXI começou – começou com No Quarto da Vanda, o filme de Pedro Costa – descobrimos que da miséria à dignidade vai um olhar de distância, e que os vencidos (os que escolheram mal, os que fizeram errado, os desafortunados, os mal-nascidos, aqueles a quem a vida não deu tréguas, convencendo-os de que o destino existe, e com ele os deuses raivosos e os santos milagreiros, que sempre os têm na mira) em nada se distinguem dos vencedores… partilhamos carne e condição. Agora que passaram 25 anos, Youth mostra-nos que dessa igualdade não nasce a fé nem a confiança, e que ela é um mero bálsamo fingindo engrandecer umas almas e encolher as outras, para simular justiça. (...)


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