Estas palavras do Bénard são tão certeiras. Estou a preparar a aula da próxima terça-feira sobre O homem que matou Liberty Valance e fico espantada com coisas que nunca tinha visto, por exemplo, o corte radical entre o plano da casa de Tom Doniphon a arder e a chegada de Ranson Stoddard a Capitol City. (A economia de meios é assombrosa, como é que Ford consegue dizer tanto com tão pouco? Como é que consegue ir à raiz da realidade? Que cinema é este?) Os 16:44 minutos seguintes da cena das eleições no teatro de Capital City explicam toda a nossa situação presente — foi assim que chegámos aqui. E agora nem Ranse temos.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral
Comentários