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Câmara ligada

Longas e intermináveis reuniões de teletrabalho. Horas e horas com a «câmara ligada». O meu rosto no ecrã tem uma força magnética qualquer. Não consigo desviar o olhar de mim próprio. Todos os movimentos e gestos me atraem. Mexo no cabelo com a intenção de me ver. Sorrio e passo a mão pelo rosto como num filme. Os gestos mais simples e involuntários parecem controlados, estudados, ensaiados, falsos. Estou a representar o meu papel e sou um péssimo actor. Bresson jamais me contrataria.

Comentários

c disse…
Eheheheh, deixa lá Rui, o crivo de Bresson era muito apertado.

Uma vez escrevi um texto sobre isso, já não me lembro dos pormenores, mas acabava a falar em Rivette.

Continuo a achar que tenho pinta para entrar num filme de Rivette. Um dia ele vai-me convidar. :)
ahahahahah. Não duvido, Cristina.