Talvez por já conhecer alguns planos de cor, ou pela proximidade às Filhas do Fogo, ou por causa do restauro, a sessão de ontem de Ossos foi uma revelação sonora. Ouvi tudo como se estivesse dentro de água: cães a ladrar, pessoas a falar na rua, o gás aberto, carros a passar, portas a bater, discussões, música para dançar, a telenovela numa casa ao lado, alguém a acender o isqueiro, os ruídos instáveis do interior dos autocarros, a chave a rodar na fechadura da casa da enfermeira Eduarda.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral
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